São Salvador de Covão do Lobo era curato da apresentação do vigário de Mira e depois da apresentação do Convento de Santa Cruz, no termo de Vagos e passou mais tarde a vigairaria.
Em 1840 pertencia ao concelho de Vagos, passou a fazer parte do concelho de Mira pelo decreto de 31 de dezembro de 1853; foi anexada novamente ao concelho de Vagos pelo decreto de 24 de Outubro de 1855.
Os registos paroquiais estiveram na posse da Igreja paroquial até à criação do Registo Civil, em 1911, publicada no Diário do Governo nº 41 de 1911-02-20. Nesta data as paróquias foram obrigadas por lei, a entregar os livros de registos de Batismo, Casamento e Óbitos às repartições do Registo Civil.
Este fundo esteve na posse do Arquivo da Universidade de Coimbra até ao ano de 1976, já que apesar de ter sido criado em 1965, pelo Decreto nº 46350, de 22 de Maio, o Arquivo Distrital de Aveiro, só viria a dispor de instalações seis anos mais tarde, tendo no ano de 2002 transferido a documentação para as atuais instalações do Arquivo Distrital de Aveiro.

IGREJAS :
Foi o vigário e presidente da junta António da Costa Pedrosa natural de Cortegaça, que a partir de 1856 iniciou a mudança da igreja paroquial do lugar de Igreja Velha para a Rua da Igreja, onde já existia a Capela da actual igreja paroquial, em lugar elevado, tendo um pequeno sino.
Ligada a esta capela existiu a Confraria do Santíssimo, possuidora de largos bens e rendimentos, sendo extinta em 1958 e os seus haveres passaram para a Junta da Paróquia.
A mudança da igreja paroquial deu-se em virtude de o pároco pretender comprar um terreno para construir a sua residencia em Igreja Velha, e não o tendo conseguido, acabou por construi-la num areal que comprou em Fonte do Rei, a poente da fonte. E como a Rua da Igreja lhe ficasse mais perto fez para aí, a mudança da igreja paroquial.

A IGREJA NA IGREJA VELHA :
A Igreja Paroquial até ao terceiro quartel do século XIX, foi no lugar de Igreja Velha, sensivelmente no local onde se encontra a capela do cemitério do mesmo lugar, que está, em parte, situado no ex-corpo da antiga Igreja, sendo o altar-mor a nascente do Cemitério com a torre colocada do lado esquerdo do corpo da Igreja. Tinha apenas um sino que, mais tarde, foi trazido para a actual Igreja, onde se encontra.Tanto o adro como o arrail dessa Igreja serviram de cemitério.
O casario ficava situado quase todo, a sul da Igreja Paroquial de Igreja Velha, ficando apenas uma casa a Norte e três a Poente do, então, caminho para Santa Catarina.
Existia um monte, perto donde o Senhor Manuel de Jesus Neto tem a residência com o cruzeiro que foi cedido pela Junta de Paróquia à Capela de Santa Catarina. Nesse monte eram iniciadas as ladaínhas com a participação das irmandades de Covão do Lobo, Covões e Mamarrosa que, em procissão, se dirigiam para a Igreja onde era celebrada a missa.
A festa da Ascensão do Senhor era aí celebrada, bem como todas as outras festividades.
Segundo a tradição, esta construção, que havia de servir de Igreja Paroquial, foi levada a efeito pelos Mouros na encosta do monte.
Em sessão da Junta de Paróquia de 10 de Fevereiro de 1856, o então Pároco e Presidente da Junta Padre Pedrosa queixa-se do « estado indecente e perigoso em que se encontra a Igreja » ameaçando a ruína a todo o momento.
Deste modo e depois da autorização da Câmara Municipal de Vagos foi a Igreja demolida servindo, mais tarde, parte dos seus materiais para a construção da Igreja Velha.
Acabava assim a história possível da Igreja Paroquial do lugar de Igreja Velha, cujos muros depois serviriam para o cemitério.

A PRIMEIRA IGREJA NA RUA DA CAPELA :
Começava agora a gigantesca, para o tempo, tarefa de construir uma igreja paroquial na Rua da Capela, que tinha este nome por aí se encontrar a Capela do Santíssimo a que já se aludiu.
A sua construção foi iniciada em 1856 pelo vigário António da Costa Pedrosa que elaborou todo o orçamento e materiais a empregar na sua construção.
Por o povo andar sobrecarregado com décimas, contribuições e outros impostos foi, a obra, executada por fases e as derramas efectuadas de 10 em 10 meses.
Na primeira fase construiu-se o altar-mor, na segunda o corpo da Igreja, na terceira os telhados e pinturas e na quarta e última a torre.
Alguns materiais vieram da antiga residência paroquial. A pedra utilizada veio de Ança e de Outil. A telha veio, parte da Igreja antiga, para cobrir a Sacristia e o Salão, e outra parte de Salgueiro para cobrir todo o resto. Em 1878 morre o Padre Pedrosa.
Em 1904 toda a telha foi substituida por telha Marselha.
Os altares laterais foram construidos em 1881. A pintura das portas e paredes e colocação de vidros é feita em 1869. Os sinos, veio um da Igreja Velha, outro era da Capela do Santíssimo, o qual tendo rachado foi trocado pelo actual sino grande que foi afinado pelo som do sino rachado, isto no ano de 1900, fundido por ANTONIO SORILHA CANTANHEDE. A Pia Baptismal veio da Igreja Velha e é de tipo setecentista. O altar-mor e a tribuna foram comprados a um convento de Cantanhede.
A pequena escultura do titular, São Salvador, de madeira, representando Cristo como homem que segura um globo, é setecentista. Há duas de pedra, de tamanho médio, São Pedro e São Paulo, do fim do séc. XVI, renascença decadente.
A sul desta Igreja ainda se sepultaram cadáveres, tendo sido feito um muro para os proteger dos traseuntes. Em 1880 é completa a torre e todas as obras da Igreja.

OS PÁROCOS DA FREGUESIA :
O primeiro pároco de que há conhecimento e que já foi referido foi o Padre António Antunes de Almeyda. De seguida tivemos como párocos residenciais o Vigário António da Costa Pedrosa, natural de Cortegaça, o Padre Miranda, natural de Mira, o Padre Joaquim da Cruz Perição, natural de Aradas, o Padre Florindo, natural de Cacia, o Padre Augusto, natural de Águeda, o Padre Tavares, natural de Canelas, o Padre Manuel Matias Ribau, natural da Gafanha da Encarnação, e ainda os padres, estes não residencias, António Correia Martins, natural da Mourisca do Vouga, o Padre Manuel Augusto Marques, natural de Rines, freguesia de Fonte de Angeão, e de novo o Padre António Correia Martins.

OS PÁROCOS NATURAIS DA FREGUESIA :
Os padres naturais desta paróquia foram o Padre Almeida que exerceu as suas funções como Coadjutor desta paróquia, o Padre Oliveira que exerceu funções como Coadjutor em Sanguinheira na paróquia de Febres, o Padre Doutor Manuel Pereira de Almeida que exerceu funções como Coadjutor do Pároco de S. José de Belém – São Paulo, Brasil – exerceu também funções pastorais no Canadá e na América onde, a título particular, leccionou em três universidades : Fulton, Fredónia e Buffalo, e, muito recentemente, o Padre Paulo Cruz a exercer funções nas Paróquias de Costa Nova do Prado e Praia da Barra, tendo já exercido as funções de Vigário Paroquial na Paróquia de Nossa Senhora da Glória, Sé – Aveiro, e de Prefeito no Seminário de Santa Joana Princesa.